De nada adianta ter uma idéia que apenas o próprio autor considera ‘genial’. É por agir dessa forma egocêntrica que muita gente perde a efetividade e continua apostando até o fim em algo que não está dando certo. Os realizadores são, em regra, menos vaidosos nesse sentido. Mude-se o que precisa ser mudado, e pronto! Se alguém vier com uma idéia melhor, ótimo!
Pessoas que se apegam muito às próprias idéias e crenças envelhecem rápido, não no sentido cronológico, mas no sentido de que não acompanham o ritmo de um mundo que se renova a cada dia e está sempre pedindo mais...
É como aquela história do escritor que não quis se render à tecnologia e continuou usando máquina de escrever, até o momento em que ninguém mais aceitava textos que não fossem digitados em computador e ele ficou sem trabalho. Foi a realidade quem mostrou a ele, da forma mais dolorosa, que é preciso se adaptar ao mundo, e não o inverso.
Quem é gente que faz sabe que não é preciso ser genial o tempo todo, mas efetivo. Esses percebem que o mundo é dinâmico; ou seja, o que valia ontem pode não valer mais hoje...
O que importa, portanto, é manter a efetividade diante da concorrência e, assim, adiar a ‘morte’ ao máximo... O profissional de hoje só consegue evitar a sua morte - no sentido figurado, é claro – se permanecer efetivo.
Não é porque uma determinada coisa que ele fez surtiu efeito e gerou resultados extraordinários que o profissional vai passar o resto da carreira deitado sobre as glórias daquele episódio. O que importa não é o que ele já fez, mas o quanto efetivo, o quanto capaz ele é de manter o padrão alcançado. E é aí que está a diferença.
(por Luiz Fernando Garcia – Gente que faz – ed. Gente)
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