segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Montaigne e Goethe sobre a Sabedoria

TEXTO DESTA SEMANA NA AGENDA ATITUDE 2010

“Aconteceu aos verdadeiros sábios o que se verifica com as espigas de trigo, que se erguem orgulhosamente enquanto vazias e, quando se enchem e amadurece o grão, se inclinam e dobram humildemente. Assim esses homens, depois de tudo terem experimentado, sondado e nada haverem encontrado nesse amontoado considerável de coisas tão diversas, renunciaram à sua presunção e reconheceram a sua insignificância. [...] Quando perguntaram ao homem mais sábio que já existiu o que ele sabia, ele respondeu que a única coisa que
sabia era que nada sabia. Sua resposta confirma o que se diz, ou seja, que a mais vasta parcela
do que sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que ignoramos. Em outras palavras,
aquilo que pensamos saber é parte - e parte ínfima - da nossa ignorância.”

(Montaigne – 1592)

“As pessoas sempre imaginam que precisamos ficar velhos para virar sábios, mas, na verdade, à medida que os anos avançam, é difícil nos
mantermos tão sábios como éramos. De fato, o homem se toma um ser distinto em diferentes
etapas da vida. Mas ele não pode dizer que se tornou melhor, e, em alguns aspectos, é igualmente provável que ele esteja certo aos
vinte ou aos sessenta. Vemos o mundo de um modo a partir da planície, de outro a partir do
topo de uma escarpa, e de outro ainda das geleiras de uma cordilheira. De alguns desses
pontos podemos ver uma porção maior do mundo que de outros, mas isso é tudo. Não se pode dizer que vemos de modo mais
verdadeiro de um desses pontos que dos restantes.”

(Goethe - 1831)
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